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Paulinho Trompete

Paulinho ganhou o primeiro trompete de presente da mãe, aos sete anos. Cresceu escutando Lee Morgan, trompetista Dizzy morto em 1972, e Pixinguinha e, aos treze anos, ficou um ano no trono do Programa do Chacrinha como melhor instrumentista mirim, por sua interpretação de "Estamos aí", música de Durval Ferreira, Maurício Einhorn e Regina Werneck, com 16 começou a se apresentar com o conjunto de Ed Lincoln, por onde passaram Toni Tornado, Wilson das Neves, Emilio Santiago e muitos outros. O bom gosto e a paixão pela música sempre estiveram presentes na talentosa carreira de Paulinho Trompete. Carioca de Realengo, desde cedo trabalhando com os mais expressivos nomes de nosso meio artístico musical. Integrando bandas famosas como Ed Lincoln, os Devaneios, Laffayette, Som Sete e Cry Baby, com isso Paulinho foi desenvolvendo um talento privilegiado como instrumentista, que o levou a viajar e conhecer novos lugares e parceiros musicais, como o grande baterista Edson Machado, Idriss Sullyvan e Tânia Maria, Paulinho tocou nos melhores clubes e teatros da Europa. Em Nova Iorque, seu amigo Thad Jones o elegeu como o sucessor de Lee Morgan. Retornando ao Brasil, Paulinho Trompete volta a fazer parte dos melhores trabalhos musicais. Gravou com Leny Andrade como arranjador e solista, com Alcione, Emílio Santiago, João Nogueira, Azymuth, Chico Buarque e outros. Com Gilberto Gil e Gal Gosta fez várias excursões pela Europa e Japão. A estrada musical já percorrida por Paulinho trouxe o amadurecimento musical, mostrando assim seu trabalho solo, gravado em 1990 "Um Sopro de Brasil I", trabalho elogiado pela crítica especializada e lançando no mercado Internacional pelo selo Lath Jazz da Sony Music. Paulinho participou do Free Jazz Festival de 1995 com a banda Brasil All Stars. Na versão de 1996 do festival, apresentou seu segundo trabalho solo, lançando “Um Sopro de Brasil II”. Paulinho foi e ainda é um dos músicos dos mais requisitados para gravação em estúdio, Paulinho compõe e compôs para televisão a abertura do programa Studio Jazz da TVE e para a TV Globo compôs a do Som Brasil Gonzaguinha e Criança Esperança 1997. Para o Som Brasil em agosto de 1997 Especial Elis Regina participou como músico e arranjador. Foi graças à embocadura? (marca que décadas de sopro deixam no lábio superior dos trompetistas) que Paulo Roberto de Oliveira, ou Paulinho Trompete, como é conhecido no meio musical, teve a oportunidade de ouvir um clássico da música brasileira tocado, ao pé do ouvido, por um gênio. Ele estava em um hotel em São Paulo quando um norte-americano o chamou até o quarto. "Quando eu entrei vi o trompete. Era Dizzy Gillespie. Ele tocou? Desafinado? (Newton Mendonça/Tom Jobim) no meu ouvido! Aí eu comecei a chorar", conta sobre o encontro com a lenda do jazz, no início da década de 90. A música nunca fica velha, quem fica velho são os músicos, diz. E assim ele continua, sentindo-se jovem e orgulhoso da marca que carrega e com a qual pôde se identificar com outro ícone. "Quando a gente se encontrou, Miles Davis falou que minha embocadura parecia muito com a dele. Hoje Paulinho divide a satisfação de ter conhecido grandes nomes da música mundial com a confiança na nova geração. "Quero fazer um conjunto de naipe que tenha garotos, uma big band com crianças! Com sua Banda Sambop participou do April Jazz Festival 2008 e em 2009 Lituania, juntamente com Leny Andrade, no qual foram vencedores em 2008. Atualmente, seu mais novo lançamento, seu terceiro álbum o cd "Tema Feliz" com a Banda Sambop, em que homenageia o mesmo Durval Ferreira que o fez se tornar conhecido no show de calouros. Um tributo a Durval Ferreira, pelo selo Guanabara. Ganha novamente por mais este trabalho 5 estrelas e destaque no Segundo Caderno do Jornal O Globo (maio/2009) e neste ano de 2010 recebeu a notícia que este trabalho concorreu com os mais diversos músicos da Europa e EUA, ganhando assim, como melhor cd latino de 2009 pela revista JAZZIZ-EUA, uma das mais conceituadas do país! "Eu queria que Durval tocasse”, fomos na casa dele e escolhemos o repertório todo e os tons, uma semana depois ele partiu. Aí eu falei, então vamos entrar no estúdio amanhã? conta. "Gravamos o disco em quatro horas, um dia depois de ele ter morrido. Parecia que Durval estava presente. Estou honrado de ter gravado esse cd, eu e todos da banda tocamos e gravamos com o coração". http://www.paulinhotrompete.com.br

Quem é Fernando Lopez ? Trompetista



FERNANDO AUGUSTO GUIMARÃES



Iniciou seus estudos musicais com seu pai Maestro Lucas Guimarães aos 09 anos, com o Euphonium.
Aos 11 anos ingressou na Banda Sinfônica do Estado de São Paulo com o euphoniun.
Em 1986 iniciou seus estudos com o trompete, sendo orientado por seu pai Lucas Guimarães.
De 1990 a 1993 teve como professor SÉRGIO CASCAPERA. De 1994 a 1997 estudou com o trompetista Sétimo Paiolletti na Universidade Livre de Música.
Estudou também com o trompetista Haroldo Palladino (Lelé), com o qual participou de vários grupos de trompete.
Em 1998 ingressou na Banda Sinfônica do Estado de São Paulo como 1º trompete onde atuou até Dezembro de 2003.
Participou como 1º TROMPETE E CHEFE DE NAIPE do CD SUÍTE TROPICAL gravado pela BANDA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO EM ABRIL DE 2003 no MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA,sob a regência de DANIEL HEAVENS e ÉRICA HINDRIKSON.
Em Dezembro de 2003 foi contratado como 1º TROMPETE DA ORQUESTRA SINFÕNICA DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO.
Executou com o conjunto de câmara da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo em outubro de 2004 o concerto de BRANDEMBURGO nº2.
Em Março de 2009 executou o Concerto para trompete e orquestra de J.Haydn com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo,sob a regência do Maestro Rodrigo Carvalho.
  • Em 02/10/2009 participou como 2º Trompete do concerto no Avery Fisher Hall at Lincoln Center em New York com a Bachiana Filarmônica e Dave Brubeck,sob a regência do Maestro João Carlos Martins.
  • Professor do Festival de música clássica de São José do Rio Preto.
Fonte: www.fernandolopez.net/biografia.html    

Quem é Cícero Pereira Cordão Neto?



Nasceu em 18/12/1970 em Itaporanga – PB, onde começou seus estudos musicais no ano de 1983 na banda de música local. Em 1986 mudou-se para João Pessoa onde continuou seus estudos musicais no curso de extensão em música da UFPB, na classe do professor Gláucio Xavier.
Concluiu seu bacharelado em trompete em 1992 na UFPB e seu mestrado em performance na UNIRIO em 2010 orientado pelo prof. Dr. Nailson de Simões. Em 2008 concluiu sua pós-graduação em educação musical na UEL. Recebeu orientação de renomados professores nacionais e internacionais, entre os quais se destacam: Charles Schulueter, Fred Mills, Nailson Simões, Anor Luciano, Gilberto Siqueira, Fernando Dissenha, entre outros, também dividindo o palco com os mesmos em várias ocasiões.
Desde 1993 é 1º trompete e solista da Orquestra Sinfônica da Universidade de Londrina (OSUEL) e do Quinteto Metais do Paraná. Também como solista tem atuado com o “Duo Londrina” de trompete e piano com a pianista Luciana Gastaldi, com quem desde 1994 já tocou as peças mais importantes do repertório do trompete. Paralelamente atua como professor e avaliador de concursos de bandas regionais, estaduais e nacionais. Além de 1º trompete, atualmente é chefe da Divisão de Música da UEL.


Quem é Anor Luciano?

Professor de trompete da Universidade Federal de Minas Gerais, criador do “Projeto Bandas”, coordenador e líder do grupo Itaratã, ambos formados através de suas atividades acadêmicas. Bacharel em música com habilitação em trompete pela Universidade Federal da Paraíba e formado pelo Conservatório de Tatuí, SP.. Participou das orquestras sinfônicas de Campinas, Santo André, Recife, Camerata Antíqua de Curitiba, Orquestra de câmera de Curitiba, da Paraíba, tanto como primeiro trompetista ou solista convidado. Foi professor convidado nos festivais de música de Campos do Jordão, Curitiba, Londrina, Vitória, Belém do Pará, Macapá, Goiânia, Ouro Preto, Campos dos Goitacazes, Diamantina, realizando, também, várias tourneés pelo Brasil, Dinamarca e Estados Unidos, incluindo entre elas a apresentação como solista convidado junto a Banda Sinfônica dos Fuzileiros Navais de Annapolis, Maryland, EUA, e como recitalista e solista no ITG Conference em junho de 2006. Entre suas tourneés pode-se destacar àquelas que realizou junto a nomes e conjuntos consagrados da música brasileira como Egberto Gismonti, Vagner Tiso, Paulo Moura, Sivuca, Quinteto Brassil, grupo Itaratã e grupo Novo Horizonte. Destaca-se no cenário nacional pela sua intensa atividade desenvolvida em projetos de natureza didática, de inclusão social e de pesquisa onde realiza e coordena vários projetos dentro e fora da universidade. Detentor de vários prêmios tanto como o de jovem solista e por seu trabalho realizado pela sua dedicação à música. Atualmente é bolsista Capes/PICDT, doutorando pela Universidade Federal da Bahia onde desenvolve pesquisa em educação musical e seus desdobramentos para o ensino e aprendizagem.

Quem é Sérgio Cascapera?


Sérgio Cascapera é um músico brasileiro. Iniciou seus estudos com seu pai, o professor Decio Cascapera.
Posteriormente ingressou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, formando-se em trompete. Em 1978, através de concurso público, integra a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, permanecendo até 1980. Neste mesmo ano após realizar concurso, transfere-se para a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, onde permanece até 1997. Foi professor da Escola Municipal de Música, da Faculdade Mozarteum de São Paulo, do Festival de Inverno de Campos de Jordão, do Festival Música nas Montanhas de Poços de Caldas e Diretor Artístico do 1o e 2o Festivais de Instrumentos de Sopro de Guarulhos. É Doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo e desde 1989 professor de trompete do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Apresentou o programa Sómetais dedicado ao trompete na Rádio USP-FM de 1995 a 2001. Publicou pela editora Ricordi, o método Elementar para Trompete e pela MPO vídeo, o primeiro vídeo-aula produzido no Brasil sobre o trompete.

Quem é Fernando Dissenha?

Fernando Dissenha é trompete solo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - OSESP, desde 1997. Com esse conjunto participou de turnês pelo Brasil, Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos, Alemanha e Suíça. Como camerista, se apresentou e deu aulas no Festival de Campos do Jordão, Oficina de Música de Curitiba, Festival de Londrina e Verões Musicais de Gramado. Ministrou masterclasses em Porto Alegre, Goiânia e Belo Horizonte. Atualmente é professor na Escola Superior de Música da Faculdade Cantareira, em São Paulo.

Em 2003 lançou o CD Carambola com o pianista Carlos Assis. Esse trabalho foi descrito no International Trumpet Guild como “um disco maravilhoso”. Sobre a performance de Dissenha, o ITG destacou ainda que “ele possui flexibilidade, tanto técnica quanto musical, em um grau espantoso: num momento ele está flutuando no extremo registro agudo com completa tranqüilidade, e em seguida, articula rapidamente notas graves com clareza e precisão. Seu som contém tanto elementos brilhantes quanto escuros e ele consegue criar frases com uma variada paleta de cores”. No ano de 2004 o CD Jobim Sinfônico - no qual Dissenha atua como primeiro trompete - recebeu o Grammy Latino da Academia Latina de Artes e Ciências, na categoria de melhor álbum Clássico. Esse CD também foi incluído na lista dos nomeados para o 48º Grammy (2006), na categoria de melhor álbum Crossover Clássico. Fernando Dissenha pode também ser ouvido em diversas gravações da OSESP pelos selos Bis e Biscoito Fino.

No ano de 1995, foi solista da New York String Orchestra, no Carnegie Hall. O jornal The New York Times classificou a sua participação como "uma performance brilhante e virtuosa". Como vencedor do Juilliard’s Trumpet Concerto Competition (1993), Dissenha executou o Concerto de Hummel. Atuou também em Nova York como instrumentista convidado do American Brass Quintet e com maestros como Leonard Slatkin, Gerard Schwarz, Stanislaw Skrowaczewsky, Denis Russel-Davis, Kurt Masur, Sidney Harth e Otto-Werner Mueller. Apresentou-se como solista da Orquestra Sinfônica da Venezuela e de diversas orquestras brasileiras. Em 1996, obteve seu diploma de Mestrado em Música na Juilliard School, onde foi aluno de Chris Gekker e Mark Gould. Estudou também na University of Hartford, nos Estados Unidos, como bolsista da Fundação Vitae. No ano de 1991, participou do Festival de Música de Anzio, na Itália.

Iniciou os estudos de música com Pedro Vital, em São José dos Pinhais. Diplomou-se Bacharel em Trompete na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde foi aluno de Antônio Aparício Guimarães. Posteriormente teve aulas com Edgar Batista dos Santos em São Paulo. Por dez anos foi trompetista da Orquestra Sinfônica do Paraná.

Dissenha mora em São Paulo e é membro da Igreja Batista em Perdizes. Nas horas vagas ele assiste os seriados Seinfeld, 24 Hours e Lost. Dissenha é torcedor do Clube Atlético Paranaense, o Furacão da Baixada.

Site: http://www.dissenha.com/


Nailson Simões

Nailson Simões, natural de Quipapá (PE), é professor titular da Universidade do Rio de Janeiro - UniRio, onde desenvolve intensa atividade acadêmica nas áreas de ensino e pesquisa, principalmente de música brasileira, atuando nas mais diversas vertentes, da música folclórica à música contemporânea. Após conclusão do Mestrado (1986) e Doutorado (1991), ambos sob orientação do professor Charles Schlueter, principal trompetista da Boston Symphony Orchestra, Nailson voltou ao Brasil, iniciando trabalho pioneiro e inovador sobre interpretação e técnica do trompete. O resultado é a difusão e a influência da escola de trompete de Boston em quase todo o território nacional. Foi membro das orquestras sinfônicas de Recife (PE), Estadual de São Paulo (SP), Paraíba e Filarmônica do Norte-Nordeste (PB). Em 1980, fundou o Quinteto Brassil, com o qual gravou três CDs. Entre as demais atividades atuais constam participações em apresentações e gravações com nomes consagrados, além de aulas e recitais nos principais festivais de música do país. Desde 2002, é músico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas/SP. É também membro do Art Metal Quinteto, da Banda Anacleto de Medeiros e do Grupo de Trompetes da UniRio, onde continua seu trabalho camerístico. Paralelamente desenvolve trabalho solo, tendo lançado em 2001, pela Academia Brasileira de Música, o primeiro CD para trompete solo e piano no Brasil. De 1999 a 2001, fez parte do quadro de diretores da International Trumpet Guild. Em 1990 fundou a Associação dos Trompetistas do Brasil, tendo sido presidente da entidade durante três gestões.

Discografia:

Sempre Anacleto
Sempre Chiquinha
Trompete Solo Brasil

Bonfiglio de Oliveira

Bonfiglio de Oliveira, instrumentista e compositor, nasceu em Guaratinguetá (SP) em 27/09/1894, e faleceu no Rio de Janeiro(RJ) em 16/05/1940. Aprendeu as primeiras noções de música com o pai, contrabaixista da Banda Mafra de Guaratinguetá. Durante dois anos tocou bumbo na Banda Beneficente e, depois, estudou com o maestro Acosta, que o levou a integrar, como trompetista, a Banda Mafra. Mais tarde foi convidado pelo diretor do Colégio São José, onde estudava, para reorganizar a banda dos alunos. Compôs então sua primeira música, o dobrado “Padre Frederico Gióia”, dedicada ao diretor.
Continuou os estudos no Colégio São Joaquim, em Lorena (SP), e depois transferiu-se para Piquete (SP)., onde organizou uma banda que se apresentava nas cidades do vale do Paraíba. Numa dessas apresentações, foi ouvido pelo maestro e violinista Lafaiete Silva, que o convidou a ir para o Rio de Janeiro, empregando-o como trompetista na orquestra que dirigia no Cinema Ouvidor. Após concluir de trompete, começou a atuar como trompetista e contrabaixista em diversos teatros e cinemas cariocas, inclusive na Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, sob a regência de Francisco Braga.
Em 1917, ao lado de Pixinguinha, participou do Grupo Caxangá. Em 1918, em Guaratinguetá (SP), compôs a valsa Glória, em homenagem a uma jovem por quem se apaixonara. Mais tarde, a música recebeu versos da poetisa Branca M. Coelho e foi gravada por Gastão Formenti na Columbia, em 1931.
Em 1919, participou como compositor e diretor de harmonia do desfile do rancho Ameno Resedá, tornando-se conhecido então como compositor de marchas-rancho. Integrante da Companhia Arruda, atuou em teatros de revistas, excursionando pelo Brasil com diversas orquestras e conjuntos. Viajou ainda pela Itália, França e Espanha e, com a Companhia Jardel Jércolis, apresentou-se em cidades portuguesas.
Na década de 30, como solista e integrante de orquestra de estúdio, atuou no Programa Casé, da Rádio Philips. A 17 de outubro de 1931, gravou na Victor, em solo de trompete o choro “Flamengo”, dedicado ao bairro carioca em que residiu. Também como trompetista, em 1932, passou a atuar com o Grupo da Velha Guarda, continuando no conjunto quando se transformou nos Diabos do Céu.
No carnaval de 1934, obteve grande sucesso com a marchinha Carolina, composta em parceria com Hervé Cordovil. Foi considerado um dos maiores instrumentistas de sopro do seu tempo, ao lado de Pixinguinha e Luís Americano.
Fonte: Enciclopédia da música brasileira - Art Editora.

Arturo Sandoval


 
O trompetista cubano Arturo Sandoval tem deslumbrado as platéias no mundo inteiro com seu estilo supercarregado dentro da linha bop, sempre utilizando o registro mais alto de seu instrumento. Em números mais lentos, ele brinca num tom mais brilhante e jovial com seu flugelhorn, colocando de forma sutil o seu balanço. Aparentemente ele é capaz de tocar tudo, mas ele prefere ficar ligado ao repertório clássico do jazz, dentro de um estilo cubano de tocar o bebop.Filho de um mecânico de carro, Sandoval nasceu em Artemisia, Cuba no dia seis de novembro de 1949. Ele começou estudando o trompete clássico aos doze anos e foi para a Escola Nacional Cubana de Artes aos quinze, estudando com um trompetista clássico russo. No começo dos anos setenta, ele se tornou membro fundador da Orquesta Cubana de Musica Moderna e em 1973 foi para a banda afro-cubana Irakere.
Sandoval conheceu seu ídolo Gillespie em 1977, que rapidamente se tornou seu mentor e colega, tocando com Sandoval em concertos na Europa e Cuba e depois na Orquestra das Nações Unidas. Depois de gravar um álbum com David Amram, "Havana/New York" e dois álbuns com o Irakere pela Columbia, Sandoval deixou o grupo em 1981 para excursionar com sua própria banda e gravar em Cuba.

Ocasionalmente, Fidel Castro permitia Sandoval aparecer em vários festivais de jazz internacionais e com orquestras como a Sinfônica da BBC e a Filarmônica de Leningrado. Sandoval esperou o tempo em que podesse sair com sua esposa e filho de Cuba, e só então, em julho de 1990 durante uma longa excursão européia pediu asilo na embaixada americana em Roma e depois foi morar na Flórida.

Assinou com a GRP e seu primeiro álbum americano recebeu o título apropriado de "Flight to Freedom". Logo foi demonstrando sua versatilidadeem vários idiomas, excursionando com toda a energia afro-cubana da sua banda a a partir dos anos noventa e gravando grandes álbuns como "Hothouse" e "L.A. Meetings".




Wynton Marsalis (n.1961)

> trompete

Indubitavelmente um dos mais ativos músicos de jazz da atualidade, Marsalis pode também ser considerado responsável pelo retorno do jazz ao seu lugar de merecimento. Segundo dos seis filhos de Dolores e Ellis Marsalis, Wynton começou a estudar trompete aos 12 anos em sua cidade natal, Nova Orleans. Na adolescência Wynton tocava em bandas de rua, na orquestra da escola, bandas de rock, funk e onde mais tivesse oportunidade. Quando se graduou no colégio já tinha uma boa bagagem musical e seguiu para Nova Iorque estudar na famosa Juilliard School.

Ainda em seu primeiro ano em Nova Iorque, participa de uma audição com o baterista Art Blakey, que estava então à procura de novos talentos para integrar seu tradicional celeiro de estrelas, os Jazz Messengers. O som limpo, com personalidade, e cheio de novas idéias de Wynton impressiona o baterista, amigo de longa data de seu pai Ellis Marsalis. (Ellis é um pianista e professor em Nova Orleans, muito bem-quisto e respeitado no meio musical, embora pouco conhecido do grande público, uma vez que dedica-se a ensinar mais do que a se apresentar. Uma prova disso é o fato de ter formado em sua casa quatro músicos: Wynton no trompete, Branford no sax, Delfeayo no trombone e Jason na bateria.)

Na mesma época em que entra para os Jazz Messengers, Wynton assina contrato com a gravadora Columbia e excursiona ao lado de Herbie Hancock pelos EUA, Europa e Japão. Ao voltar, grava com o conjunto do pianista e começa a trabalhar em seu primeiro álbum, intitulado simplesmente Wynton Marsalis. O álbum traz Wynton no trompete, acompanhado por seu irmão Branford no sax tenor, Herbie Hancock ao piano, Ron Carter no contrabaixo e Tony Williams na bateria. O disco é totalmente acústico como não se via desde os anos 60, e é um absoluto sucesso. Vende mais de cem mil cópias, o que leva as gravadoras a procurar novos talentos e impulsiona o ressurgimento do jazz, que havia sido praticamente banido pelo rock, funk e fusion na década de 70.

Em 1982, aos vinte anos, Wynton já excursiona com seu próprio quinteto por todos os EUA, tocando em clubes de jazz, festivais e concertos em homenagem a grandes nomes do jazz, como aquele ocorrido em Nova Iorque no mesmo ano, em tributo a Thelonious Monk. Parte para a Europa e Japão, e no mesmo ano volta para Londres para gravar seu primeiro álbum tocando peças clássicas de Haydn, Hummel e Leopold Mozart. Nessa época conheceu o trompetista clássico Maurice André, que não poupou elogios ao jovem músico.

Os anos que se seguiram foram de atividade igualmente intensa, correndo o mundo e apresentando-se em formações jazzísticas e clássicas. Aos vinte e quatro anos torna-se o primeiro músico instrumental a receber dois Grammys simultaneamente - um na categoria jazz e outra na categoria de música clássica, amealhando nos dois casos o prêmio de melhor solista. Recebeu inúmeros outros prêmios e honrarias ao redor do mundo. É um dos fundadores e diretor artístico do Jazz at Lincoln Center, com cuja banda excursiona pelo mundo. Em 1997 Wynton tornou-se o primeiro músico de jazz a receber um prêmio Pulitzer por sua composição Blood on the Fields, inspirada na vida dos escravos norte-americanos. Foi também eleito membro honorário da conservadora England´s Royal Academy of Music.


Fernando Jardim

Paolo Fresu (n.1961)

> trompete e flugelhorn

Esse jovem trompetista italiano é frequentemente comparado a Miles Davis e Wynton Marsalis, seja por seu estilo intimista em que faz uso de recursos eletrônicos, seja por sua liderança musical junto a cena jazzística italiana.

Entre os músicos que o influenciaram, Paolo cita ainda Freddie Hubbard, Clifford Brown, Lee Morgan e Chet Baker, além dos grandes nomes do jazz italiano como: Enrico Rava, Gianluigi Trovesi e Giovanni Tommaso.

Ornette Coleman (n.1930)

> sax alto, sax tenor, trompete, violino

Ornette Coleman é um personagem que desafia classificações. Inventor do free jazz, Coleman pode ser um revolucionário, um iconoclasta, um visionário talvez - tudo menos um estilista "padrão" do jazz. Adora brincar com fogo, isto é, flertar perigosamente com o excesso, o mau gosto, a fragmentação, levando-nos desse modo (e é exatamente essa a sua intenção) a questionar tais conceitos. Autodidata, Coleman enfrentou bastante oposição no meio musical, no início da carreira, devido ao seu estilo "feio" de tocar. Por força das circunstâncias, precisou exercer diversas profissões e "bicos" que nada tinham a ver com música.

Certamente tal incompreensão calou fundo na personalidade desse homem de temperamento manso e cordato. Mas suas convicções estéticas eram fortes e permaneceram latentes, prontas para explodir, até que, em 1958, Coleman encontrou sua turma: um grupo de músicos com idéias afins, entre os quais se encontravam o trompetista Don Cherry e o contrabaixista Charlie Haden.

Em 1960 Coleman grava o disco que constitui um dos documentos fundamentais do jazz moderno: Free Jazz, com um quarteto duplo formado por Coleman, Don Cherry (pocket trumpet), Eric Dolphy (clarone), Freddie Hubbard (trompete), Charlie Haden e Scott LaFaro aos contrabaixos, e Ed Blackwell e Billy Higgins às baterias.

Nas décadas seguintes, Coleman grava um número considerável de discos, como líder e como convidado, ora com grandes nomes da vanguarda jazzística, ora com músicos pouco conhecidos. Sua carreira e sua evolução estilística ao longo do tempo parecem espelhar o caráter de sua música, isto é, imprevisível. Sua música é ora genial, ora trivial, ora concentrada, ora dispersiva, ora ambiciosa, ora despretensiosa. Além de seus colegas habituais, Coleman também tocou com quarteto de cordas, com músicos oriundos do rock, com trio sem piano, e em duo com contrabaixo. E deve-se registrar as suas incursões ocasionais pelo sax tenor, e, mais por provocação, pelo trompete e o violino, os quais toca de maneira anti-acadêmica, muito pessoal.

(V.A. Bezerra, 2001)

Miles Davis (1926 - 1991)

> trompete

Miles Davis efetivamente constitui, sozinho, um capítulo à parte dentro do jazz. Pode-se dizer, sem medo de errar, que ele foi uma verdadeira força propulsora do jazz durante mais de quarenta anos. Seu som ao trompete, puro, macio e quase sem vibrato, emitido freqüentemente com o uso da surdina, e seu fraseado conciso e despojado tornaram-se marcas registradas. Sua personalidade difícil, às vezes contraditória, também. Fundador do cool jazz, do jazz modal, do jazz-rock e da fusion, Miles fez da renovação das linguagens o principal impulso gerador de sua música.

Sua carreira, inciada dentro do bebop, apresentou uma fase brilhante já em 1948-1950, com a formação da célebre Miles Davis-Capitol Orchestra, onde o genial arranjador Gil Evans começou a escrever verdadeiras obras-primas que davam todas as condições para a expressividade de Miles. A colaboração Miles-Evans continuou ao longo dos anos 50. Os arranjos de Evans não têm paralelo em nenhuma big band: trata-se de peças impressionistas, com estruturas elaboradas, texturas timbrísticas sofisticadas, revelando influências variadas que incluíam, por exemplo, a música espanhola.

Paralelamente ao trabalho com Gil Evans, Miles dava, a partir de 1949, os contornos ao nascente estilo cool, eminentemente apropriado à sua maneira intimista de tocar, gravando as sessões intituladas Birth of the Cool.

De 1956 em diante, Miles lidera um quinteto / sexteto que, através de suas várias formações, entraria para a história do jazz. Para se ter uma idéia dos talentos envolvidos, inicialmente o quinteto contava com o saxofonista John Coltrane, o pianista Red Garland, o contrabaixista Paul Chambers e o baterista Philly Joe Jones; esta formação gravou a série de discos intitulados Relaxin', Workin', Steamin' e Cookin'. Com a entrada do sax alto Cannonball Adderley, o conjunto se tranformou no sexteto que gravou Milestones. Em 1959 Red Garland foi substituído por Bill Evans e Wynton Kelly, que se revezavam ao piano, e Jones cedeu o lugar a Jimmy Cobb, no sexteto que gravou um dos discos mais cult do jazz de todos os tempos, Kind of Blue. Com esse grupo, Miles começou a explorar o jazz modal, usando combinações harmônicas mais livres do que a harmonia tonal tradicional, e improvisando mais sobre os acordes do que sobre a melodia do tema. Em 1960-1961, houve pequenas mudanças, mas a base era mantida: ora Cannonball Adderley cedia o lugar a Sonny Stitt ou Hank Mobley, ora Jones voltava a assumir a bateria; o grupo também podia se reduzir a um quinteto, com apenas Coltrane ao tenor.

Paralelamente ao trabalho com quinteto e sexteto, Miles retoma a colaboração com Gil Evans e grava (respectivamente, em 1958 e 1960) duas obras-primas absolutas com orquestra: Porgy and Bess e e Sketches of Spain.


Em 1964 surgiu uma formação inteiramente nova do sexteto, com George Coleman ao sax tenor, Herbie Hancock ao piano, Ron Carter ao contrabaixo e o brilhante adolescente Tony Williams à bateria. (Hancock, Carter e Williams ocasionalmente foram substituídos, respectivamente, por Frank Butler, Richard Davis e Victor Feldman). Em 1965 a chegada do talentoso saxtenorista e compositor Wayne Shorter dá consistência ainda maior ao grupo. Ao lado de Shorter, Hancock, Carter e Williams, Miles grava discos como E.S.P., Miles Smiles, Sorcerer, Nefertiti e são recolhidos notáveis registros de shows ao vivo no Plugged Nickel Club de Chicago (hoje restaurados em sua totalidade, constituindo aquilo que Richard Cook e Brian Morton denominaram "a Pedra de Roseta do jazz moderno").


Acima: Miles com Herbie Hancock ao piano, Ron Carter ao contrabaixo e Tony Williams à bateria
Foto: Bass Player Junho/98

No final dos anos 60, Miles se encaminha para mais uma renovação estética, começando a fazer experiências com a fusão entre jazz e rock. Nessa fase, fica novamente em evidência uma faceta de Miles que já havia se manifestado com o quinteto dos anos 50: o descobridor de talentos. Para formar seus conjuntos de jazz-rock, Miles convoca os tecladistas Herbie Hancock, Chick Corea e Joe Zawinul, os bateristas Tony Williams e Jack DeJohnette, os contrabaixistas Dave Holland e Ron Carter, o guitarrista John McLaughlin, o saxofonista Wayne Shorter, o organista Larry Young, entre outros. O jazz-rock, do qual Miles estava se aproximando gradativamente com os discos In a Silent Way e Filles de Kilimanjaro, nasce efetivamente com o revolucionário (e ainda hoje moderno) álbum duplo de 1969, Bitches Brew.

Com Live/Evil, de 1970, e alguns outros discos até 1972, encerra-se uma fase na carreira de Miles e tem início outra, ainda mais controversa que a de Bitches Brew. Durante os anos 70 e 80, Miles continua realizando experiências com a integração de linguagens, renovando completamente seus conjuntos com músicos pouco conhecidos, afastando-se do jazz (mesmo do jazz-rock) e aproximando-se do funk até do hip-hop. Mas, como se trata de Miles, nem por isso tal fusão se torna trivial ou comercial. Embora as opiniões se dividam acerca das obras desse período, o som de Miles continua inconfundível, e sua poderosa mente musical continua claramente no controle.

Em 28 de setembro de 1991 o trompete de Miles silencia. Sua obra - vasta, multifacetada, evolutiva, desbravadora, ora hermética, ora lírica - irá certamente fornecer material para análise e motivo de puro deslumbramento para muitas gerações.

(V.A. Bezerra, 2001)

Louis Armstrong (1901-1971)

> trompete, voz

Louis Armstrong é, sem dúvida, o músico de jazz mais conhecido do público em todo o mundo. Foi chamado de "a personificação do jazz". Seu retrato e sua voz são inconfundíveis, até para quem não é aficionado do jazz.

Nascido em Storyville, o distrito de New Orleans famoso por seu ambiente, digamos, diversificado, que incluía de bordéis até igrejas, passando por espeluncas diversas, Louis Daniel Armstrong passou a infância mergulhado em grande pobreza. Seu pai abandonou a família asssim que Louis nasceu. Dividindo seu tempo entre a liberdade das ruas e o trabalho para ajudar a família, o pequeno Louis tornou-se uma criança extremamente esperta e adaptada à vida difícil. Conseguiu comprar uma corneta e, sozinho, começou a aprender a tocá-la. Também cantava com um grupo pelas ruas para ganhar uns trocados a mais. Na noite do ano novo de 1912, por brincadeira, atirou para o alto com um revólver, e por isso foi enviado a um reformatório, onde passaria um ano e meio. Curiosamente, foi essa temporada no reformatório que o fez ter um contato intensivo com a música, tocando bugle e corneta na banda da instituição. Ali também começou a aprender harmonia. De volta à liberdade, fez diversos bicos para se sustentar, e aproveitava cada oportunidade para emprestar uma corneta e tocar onde fosse possível, dentre as inúmeras bandas que pululavam por New Orleans - uma música que, no entanto, ainda não era o jazz.

A extraordinária musicalidade inata de Armstrong, somada à disciplina técnica que havia adquirido na banda do reformatório, capacitaram-no a tocar num estilo pessoal, incisivo e virtuosístico que ultrapassava o estilo reinante em New Orleans naquele tempo. Por volta de 1917, Joe “King” Oliver, percebendo o talento do jovem, tomou Armstrong sob sua proteção, e quando foi para Chicago em 1918, recomendou Armstrong para substituí-lo na banda de Kid Ory. Louis tocou com a banda de Fate Marable entre 1919 e 1921, e em 1922 foi para Chicago para se juntar novamente a Oliver. Em 1924 casou-se com Lillian Hardin, a pianista do conjunto de Oliver (a segunda de suas quatro esposas). Por incentivo de Lil, Louis deixou Oliver e entrou para a orquestra de Fletcher Henderson em Nova Iorque, com quem ficaria pouco mais de um ano.

A estréia de Armstrong como líder se deu em 12 de novembro de 1925. Nos anos seguintes, Armstrong gravaria muito, com os Hot Five de 1925-1926, os Hot Seven de 1927 e os Hot Five de 1928 - os melhores (com seis integrantes), com Earl Hines ao piano. Toda essa série de gravações é absolutamente antológica, e ocupa um lugar central na história do jazz. Nelas, o gênio de Armstrong se revela em sua plenitude. Durante esse período, Armstrong também trabalhou com inúmeras orquestras. Foi por essa época que ele trocou definitivamente a corneta pelo trompete. A partir de 1929, Armstrong deixa os conjuntos pequenos e passa dezenove anos trabalhando apenas à frente de grandes orquestras, sempre como estrela absoluta. Em 1932 e 1933 fez suas primeiras turnês pela Europa. Em 1938 Louis e Lilian se divorciam e ele se casa com Alpha Smith. Em 1942 casa-se com Lucille Wilson, que seria sua esposa até o fim da vida. Nos anos 40, especialmente com o declínio do swing no pós-guerra, a música de Armstrong começou a ser considerada pelo público como um tanto fora de moda. Em 1948 forma o Louis Armstrong and His All Stars, um sexteto de grandes músicos, nos moldes do seu segundo Hot Five, agora com a participação do ex-clarinetista de Duke Ellington, Barney Bigard, o notável trombonista Jack Teagarden, o baixista Arvel Shaw, o grande baterista Sid Catlett, e o mestre Earl Hines ao piano. Esse conjunto se revela o contexto ideal para a arte de Armstrong, e com ele faz turnês por todo o mundo. No entanto, com o passar do tempo, ocorreram sucessivas mudanças no pessoal dos All Stars, o padrão musical caiu sensivelmente, e a música se tornou mais previsível.

Nos anos 50 e 60, Armstrong se tornou uma celebridade sem paralelo no mundo da música popular, graças não só às suas turnês e gravações, mas também, às suas participações em filmes. Apesar de ter sofrido um ataque cardíaco em 1959, continuou ativo e realizando turnês. Enfrentou algumas críticas por parte dos ativistas negros norte-americanos, pelo fato de não militar mais ativamente no movimento dos direitos civis. Porém é preciso lembrar que, naquela época, Louis já se aproximava dos 60 anos de idade, e pertencia a uma geração diferente daquela que estava assumindo a linha de frente dos protestos e da militância no final dos anos 50 e ao longo dos anos 60. Armstrong trabalhou até os seus últimos dias, e morreu dormindo em sua casa, em Nova Iorque, em 6 de julho de 1971.

Numa avaliação objetiva, no plano musical, toda a fama de Armstrong, de proporções quase mitológicas, é plenamente merecida. Ele efetivamente redefiniu o jazz, e foi o seu primeiro grande virtuose. Em primeiro lugar, Armstrong expandiu os limites de seu instrumento, ampliando a extensão do trompete até notas consideradas inacessíveis aos executantes anteriores, de tão agudas. Seu som é límpido e quente, com um vibrato absolutamente regular nos finais de frases, como poucos na história do jazz. Seu fraseado é admiravelmente focalizado e, acima de tudo, inventivo: Armstrong inicia e termina suas frases em pontos que nunca são óbvios. Sua improvisação nos depara uma imaginação que parece inesgotável. A influência de Armstrong pode ter sido mais direta ou indireta, dependendo das épocas e dos estilos em voga, porém nunca desapareceu completamente; está presente em todo o jazz. A maioria dos trompetistas que vieram depois de Armstrong têm alguma dívida para com ele.

Com o passar dos anos, Louis começou a cantar cada vez mais, às vezes até mais do que tocar, e foi principalmente essa imagem que ficou gravada no inconsciente coletivo - a de cantor e entertainer, mais do que trompetista. Alguns críticos consideram a propensão cada vez maior de Armstrong para cantar como um sinal claro de declínio ou acomodação no plano musical. Porém é preciso entender o canto de Armstrong como sendo mais uma faceta de seu talento, que já se manifestava em algum grau desde os anos 20. Com uma voz singular e sem paralelo na história da música - embora se tenha freqüentemente tentado imitá-la - Armstrong era um grande cantor. O timbre rouco e grave teria sido considerado esdrúxulo em qualquer outro contexto, porém para o jazz se mostrava um instrumento admirável. A entonação aparentemente “preguiçosa” escondia um timing perfeito e um senso rítmico impecável, que dava a cada frase o recorte perfeito. Uma outra característica única da voz de Armstrong era a maneira pela qual ele mantinha o vibrato mesmo nas consoantes finais das palavras (“ar-r-r-r-r”, “is-z-z-z-z”, etc). Finalmente, deve-se destacar que ele era um cantor imensamente expressivo, que valorizava cada verso da letra na medida exata.

Acima de tudo, Armstrong demonstrou, ao longo de toda a carreira, possuir uma personalidade generosa, em termos tanto humanos como musicais.

Veja especial sobre centésimo aniversário de nascimento de Louis Armstrong.

(V.A. Bezerra, 2001)

Kenny Dorham (n. 1942-1972)

> trompete

Trompetista pouco conhecido, apesar de seu grande talento e influência, Kenny era basicamente um musician´s musician (músico de músicos), motivo pelo qual não lhe faltaram convites de músicos de renome. Dizzy Gillespie, Billy Eckstine, Art Blakey, Bud Powell, Max Roach, Thelonious Monk, Charlie Parker e John Coltrane são alguns dos pesos pesados com quem tocou. No entanto, sua carreira começou nas bandas do swing antes de entrar para a cena bebop. Seu estilo mais complexo, porém, foi em grande parte ofuscado por talentos mais evidentes e resplandecentes como os de Miles Davis, Fats Navarro, Dizzy Gillespie e Clifford Brown, a quem substituiu no quinteto de Max Roach após sua morte.

Nascido em 1924 no Texas, Dorham começou a tocar piano aos sete anos e passou para o trompete na adolescência. Em 1942 foi recrutado pelo exército, onde tocava e participava da delegação de boxe. Ao sair do exército parte para Nova Iorque, onde toca com os figurões antes de ser convidado por Charlie Parker para substituir Miles Davis. Aceita e toca com ele por alguns anos.

Forma junto com o baterista Art Blakey e pianista Horace Silver o Jazz Messengers. Não fica muito tempo no lendário conjunto e sai para formar o seu Jazz Prophets que, assim como os Messengers, ajuda a lançar novos músicos como Joe Henderson, Kenny Burrell, Herbie Hancock e Tony Williams (os dois últimos tocaram com Dorham antes de tocar com Davis).

Dorham esteve no Brasil no início dos anos 60 e bebeu na fonte da bossa nova. Essa viagem o inspirou a compor temas como “São Paulo” e “Blue Bossa”. Continuou a se apresentar e a participar de gravações. Gravou ao lado de Joe Henderson, Eric Dolphy e Jackie McLean antes de sua morte, em 1972, causada por problemas renais que já o atormentavam por algum tempo.


Fernando Jardim

Freddie Hubbard (n.1938)


> trompete

Frederick Dewayne Hubbard é o principal nome do trompete no jazz surgido depois de Miles Davis. Nascido em Indianápolis, tocou com os Montgomery Brothers. Mudou-se para Nova York em 1958. Em 1961 juntou-se aos Jazz Messengers de Art Blakey, com quem permaneceria até 1964. Depois tocou com Max Roach em 1965-66. A partir de 1966, passou a formar seus próprios quartetos e quintetos. Ao longo de quatro décadas, Hubbard tocou com alguns dos mais importantes nomes do jazz: além de Art Blakey e Max Roach, também com Eric Dolphy, Philly Joe Jones, Sonny Rollins, Slide Hampton, Jay Jay Johnson, Quincy Jones, Wayne Shorter e James Spaulding, entre outros. A partir de 1976 participou do grupo V.S.O.P. de Herbie Hancock, uma reedição do quinteto de Miles Davis dos anos 60, formado por Hancock, Ron Carter, Tony Williams, Wayne Shorter e com Hubbard ao trompete, ocupando o lugar que fora do próprio Miles. Nos anos 70, tendo assinado com a Columbia, sua música atravessou uma fase fusion / latin jazz de caráter mais comercial. Nos anos 80, voltou a tocar no estilo mais hardbop com alguns de seus antigos colegas.

É importante notar que Hubbard esteve presente em gravações históricas do jazz de vanguarda: em Free Jazz (1960), fazendo parte do revolucionário quarteto duplo liderado por Ornette Coleman e Don Cherry; em Ascension (1965), talvez a obra máxima de John Coltrane; em Out to Lunch (1964), o testamento de Eric Dolphy; e em Blues and the Abstract Truth (1961), de Oliver Nelson. O próprio Hubbard estima que tenha tocado em cerca de 300 discos ao longo de toda a carreira.

Hubbard foi ocasionalmente comparado com Miles Davis, talvez por sua qualidade técnica e sua posição de liderança na cena do trompete moderno; porém seu som e sua abordagem são fundamentalmente diferentes. O som de Hubbard é mais encorpado, com um belo timbre tanto ao trompete como ao flugelhorn, saindo-se extremamente bem tanto no registro agudo como no grave. Seu fraseado é mais agressivo e talvez menos introspectivo que o de Miles Davis, o que não o impede de tocar com propriedade também as peças de maior lirismo. É um grande improvisador, capaz de longos solos, onde nunca falta imaginação. Versátil, transitou por vários estilos. Inúmeras vezes já se pôde comprovar que basta o trompete de Freddie entrar em cena para conferir credibilidade musical até mesmo aos contextos mais comerciais (e lembremos que ele chegou a gravar até com acompanhamento drum’n’bass, por exemplo em Times Are Changing). Mas, no fundo, Freddie Hubbard nunca deixou de ser o grande solista Hard Bop por excelência.

Certa vez, em 1974, Freddie resumiu em termos bastante diretos toda essa vida de trabalho dedicada ao jazz: “Um monte de caras jovens [young cats] vêm me perguntar como é que eles podem se virar tocando esse tipo de música. Eu digo a eles que tive que andar junto com os caras certos [the right cats], ler a música deles, ensaiar, tocar tipos diferentes tipos de música, coisas que eu nem queria tocar, enfim, tudo isso acabaria me ajudando a me transformar naquilo que eu sou hoje”.

Mais recentemente, em meados dos anos 90, Freddie esteve às voltas com problemas de saúde. Acometeu-o um problema comum aos trompetistas: seu lábio ficou gravemente danificado devido ao constante esforço de soprar. Isso o fez interromper uma carreira que, embora longa e muito produtiva, estava no auge da criatividade e ainda poderia se prolongar por um bom tempo.

(V.A. Bezerra, 2001)

Dizzy Gillespie (1917-1993)


> trompete

Dizzy Gillespie é um dos mentores do bebop, um dos criadores da linguagem do trompete jazzístico moderno, e um verdadeiro embaixador da música. Os únicos trompetistas que se equiparam a Dizzy, em termos de importância musical e histórica, são Louis Armstrong e Miles Davis.

Nascido em Cheraw, Carolina do Sul, John Birks Gillespie experimentou o trombone antes de se decidir aos 12 anos pelo trompete, instrumento com o qual se iniciou profissionalmente aos 14. Tocou em diversas orquestras, na segunda metade dos anos 30 e na no início dos anos 40, como as de Frankie Fairfax, Cab Calloway, Benny Carter, Lionel Hampton, Duke Ellington, Teddy Hill e outros. Dizzy teve como grande modelo o trompetista Roy Eldrige, a quem inclusive substituiu na Teddy Hill Band, em 1937. O jeito irreverente e as brincadeiras que fazia com colegas e mesmo com os próprios regentes lhe valeram não poucas reprimendas e até demissões. Entre 1942 e 1945, Dizzy tocou nas orquestras de Earl Hines e de Billy Eckstine, que consituíram verdadeiros celeiros de talentos do nascente estilo bebop.

Em 1941 Dizzy encontrou Charlie Parker pela primeira vez, quando este tocava na orquestra de Jay McShann. A partir daí, os dois tocaram juntos diversas vezes, com diferentes grupos, sempre gravitando em torno da famosa Rua 52 - eram sem dúvida os maiores astros da cena - e dando contornos definitivos ao bebop. Somente em 1945, porém, Dizzy e Bird finalmente gravariam juntos.

Em 1945 Dizzy opta pelo formato big band. Sua orquestra do período 1946-1950 contou com músicos de peso, como Milt Jackson, John Lewis, Ray Brown e Kenny Clarke (que, juntos, constituiriam a primeira formação do Modern Jazz Quartet), além de Jay Jay Johnson, Yusef Lateef e até John Coltrane. Essa orquestra teve que ser desfeita em 1950 devido a dificuldades econômicas. Mas Dizzy continuou muito ativo, e participou de turnês do Jazz at the Philarmonic. Em 1956 formou novamente uma orquestra, que até 1958 fez turnês patrocinadas pelo Departamento de Estado norte-americano. Nos anos 60, 70 e 80, alternou as big bands com as pequenas formações. Fez numerosíssimas turnês por todo o mundo, tocando com músicos locais sempre que podia. Durante toda a carreira, Dizzy esteve sempre aberto a influências étnicas, como a música cubana, brasileira, africana e do Oriente Médio.

Dizzy Gillespie é um dos maiores virtuoses do trompete (talvez o maior), e trata de explorar essa qualidade em suas apresentações. Seu fraseado é cheio de elementos surpreendentes e saltos vertiginosos, explorando as notas superagudas do instrumento. Sua capacidade criativa como improvisador parece inesgotável. O arrojo, a agressividade e o humor da música de Dizzy podem ser vistas como uma extensão de sua personalidade de showman e entertainer nato. Dizzy também canta e nunca deixou totalmente de lado o seu lado clown, para deleite das platéias de todo o mundo.

(V.A. Bezerra, 2001)

Cláudio Roditi (n.1946)

> trompete

Nascido em 28 de maio de 1946, o trompetista carioca começou tocando piano clássico até apaixonar-se pelo jazz e em especial pelo trompete aos doze anos de idade, embora ainda utilize o piano para compôr. Começou a tocar na bandinha da escola e a expandir sua técnica explorando os discos de Louis Armstrong, Red Nichols e Harry James, entre outros. Mais tarde descobriu a coleção de discos de jazz de um tio e um novo mundo se abriu nos discos de Charlie Parker, Miles Davis, Dizzy Gillespie, Kenny Dorham e outros. Inclusive, Cláudio Roditi já foi apelidado por um crítico norte-americano de Kenny Dorham dos anos 90.

Entrou na adolescência no período em que a bossa nova efervecia no Rio de Janeiro e o então inexperiente trompetista passou a frequentar os shows e logo estava tocando pelos bares cariocas. Aos dezoito anos de idade ficou entre os finalistas do International Jazz Competition, em Viena. No ano seguinte mudou-se para a Cidade do México onde teve participação ativa junta a cena musical.

No início dos anos setenta partiu para Boston a fim de estudar na Berklee College onde se juntou a feras como Victor Assis Brasil, Roberto Sion e Zeca Assumpção. Passou a tocar em bares na região de Boston até mudar-se para Nova Iorque em 1976. Lá tocou e gravou com músicos de peso, geralmente ligados aos latin jazz, como Herbie Mann, Arturo Sandoval, Charlie Rouse - com quem tocava também o baixista Nico Assumpção - e o saxofonista cubano Paquito D’Rivera.

Seu belo timbre e a técnica apurada somados a seu estilo quente e radiante de tocar o trompete fizeram de Claudio Roditi um dos músicos mais requisitados tanto para estúdio como para turnês, assim como lhe rendeu o convite para participar do time estelar que compunha a United Nation Orchestra, de Dizzy Gillespie.

Chet Baker (1929-1988)

trompete, voz

Figura mitológica do jazz, em grande parte por fatores extra-musicais, o que não significa que sua música não seja extraordinária, Chesney (Chet) Baker nasceu em Oklahoma e foi criado em um subúrbio de Los Angeles, Califórnia. De seu pai, guitarrista amador de bandas de coutry, além de herdar o nome herdou também o amor pela música; foi ele quem lhe deu um trompete quando fez treze anos, para que pudesse entrar para a banda do colégio. No entanto não era muito dado a estudar música. Costumava dizer que sempre se safou por ter excelente ouvido.

Aos dezessete anos sai da escola e, acrescentando um ano em seus documentos, entra para o exército, onde em pouco tempo é transferido para Berlim tocando na banda. É nesse período de pouco mais de um ano na Europa que ouve jazz pela primeira vez, através de discos de Stan Kenton e Dizzy Gillespie transmitidos pela rádio do exército. Ao sair do exército ameaça voltar aos estudos, mas logo abandona seus estudos de teoria musical no El Camino College e vaga por Los Angeles ouvindo Miles Davis, Fats Navarro e participando de jam sessions tarde da noite.

Sem motivo aparente decide se realistar no exército. Volta a tocar na banda militar, porém algum tempo depois é transferido para o deserto do Arizona, o que não era exatamente o lugar ideal para grandes farras. Entediado, deserta e volta para o agito de Los Angeles. Algum tempo mais tarde, tentou se alistar mais uma vez, e fizeram-no passar por testes psiquiátricos que o classificaram como mentalmente inapto para servir.

Chet Baker estava se apresentando regularmente por Los Angeles quando ficou sabendo, por seu empresário, que Charlie Parker estava à procura de um trompetista para acompanhá-lo em sua turnê pela costa oeste e Canadá. Foi correndo para o Tiffany´s Club onde o sax alto estava fazendo a audição. A sessão terminou quando Parker ouviu o trompetista, então com 22 anos. Baker tinha grande afeição por Charlie Parker, por sua gentileza, honestidade e pela maneira como protegia os músicos da banda, tentando mantê-los longe da heroína (que tanto lhe corroía) e arrumar-lhes, com os gerentes de clubes, algum dinheiro extra pelas apresentações. O jovem trompetista costumava levar Parker para cima e para baixo em seu automóvel, já que o pai do bebop não era muito afeito ao volante.

Em 1952, quando Gerry Mulligan começou a formar seu famoso quarteto sem piano, escolheu Baker, com quem já havia tocado em jam sessions, para dividir a frente do palco. A formação foi um sucesso incrível e se apresentou em clubes lotados por cerca de um ano, antes de Mulligan pegar noventa dias na prisão por posse de heroína. Com a saída de Mulligan, Baker convidou para substituí-lo o pianista Russ Freeman. Viajaram pelos EUA com grande sucesso, e nessa época Chet Baker começou a ganhar prêmios nas revistas especializadas. Após discussões envolvendo dinheiro o quarteto se desfez e Baker seguiu para a Europa, encontrando terreno fértil para sua música; a turnê ia bem até a morte do pianista de 24 anos, Dick Twardzik, por overdose. Sozinho, permaneceu na Europa tocando com músicos de todos os níveis.

De volta aos EUA, começou a consumir heroína e a ser preso; sem uma autorização para tocar em lugares que servissem bebidas, resolveu voltar para a Europa. Vive e toca na Europa pelos próximos quatro anos, sediado na Itália, onde também é preso por drogas. Casa-se e tem um filho.

Em 1964 volta novamente aos EUA, agora dominados pelo rock dos Beatles, restando pouco espaço para os músicos de jazz. Isso o leva a gravar discos comerciais de baixo valor artístico. Nessa mesma época perdeu diversos dentes em conseqüência de um briga acerca de uma negociação de heroína. Foi obrigado a praticamente abandonar o instrumento de 1970 a 1973, quando tenta retomar sua carreira. Em viagem pelo Colorado para visitar um velho amigo, ouve Dizzy Gillespie tocar em um clube. Foi o início do seu retorno. Quando Gillespie ficou sabendo do esforço de Baker para voltar à cena, ligou para o gerente do famoso Half Note Club, arrumando-lhe uma temporada de três semanas em Nova Iorque.

Chet Baker foi o músico cool por excelência, não só musicalmente, sendo um dos pais daquele estilo, como também na atitude de calculada indolência, que se tornou famosa. O jeito "cool", porém, escondia na realidade um temperamento esquentado. A devastadora dependência de drogas fez com que durante décadas Chet se visse num labirinto infernal de crises pessoais, contratos interrompidos, brigas, internações e prisões. Sua aparência sofreu ao longo da vida uma transformação impressionante, devido ao uso de heroína e suas conseqüências. O outrora belo e jovem trompetista aos quarenta anos parecia estar com sessenta, e aos cinqüenta parecia beirar os oitenta.

Milagrosamente, o gênio musical de Chet parecia se manter intacto mesmo com tudo isso, como atesta a sua discografia surpreendentemente vasta. Além de ser um mestre do trompete, com uma sonoridade etérea e sem vibrato que se aproximava da de Miles Davis, usando poucos agudos e preferindo os tempos lentos e as atmosferas melancólicas, Chet também gostava de cantar, com uma voz pequena e frágil que às vezes evoca Billie Holiday

(V.A. Bezerra, 2001)